Um olhar sobre o sono

O sono é como uma novela muito tediosa. Não essa não é a analogia certa, acho que bebi demais e agora estou dormindo...

Como você já percebeu, não da para escrever direito sonolento, também não dá para trabalhar, fazer sexo, nem pensar direito consegue. Só pensamos numa cama, numa rede, num pedaço de jornal embaixo da ponte, ou seja lá o que for que esteja acostumado.

A realidade é que nesses tempos, dormir tem sido um privilégio de poucos, existem mil preocupações, contas de luz e afins, filhos e parentes para aturar, pesquisas a serem feitas, vigiar se a patroa está dando aquela assistência no vizinho, ou seja, não dá tempo para fechar os olhos, as preocupações lhe obrigam a manter-se ligado o máximo de tempo possível, e acabamos por sacrificar uma coisa essencial.

Sim eu sou um preguiçoso, mas devemos admitir que o sono é peça fundamental na sobrevivência do ser humano, pois, se meus parentes não dormissem, eu os mataria para assim fazê-los calar a boca uma vez na vida (bando de pentelhos dos infernos que aparecem por aqui apenas para me expulsar da minha cama e gritar alto que a prima euricélia engravidou do quinto homem diferente num mesmo ano).

Mas quantas vezes não desejei que não tivesse a necessidade de dormir, quanta informação eu poderia absorver nesse tempo restante, quanto eu poderia aprender, quantos avanços eu teria!

É claro que isso acabaria por me levar de novo ao sanatório, mas seria o aspirante a Napoleão mais brilhante de lá.

Clareando um pouco melhor a mente agora, trocar o dia pela noite não foi uma boa idéia, ás 3 da manhã criar um texto sobre o sono só vai me trazer dor de cabeça. Dormir na sala de aula, acordar babado, com bigodes de Hitler desenhados no rosto e um professor te acordando e lhe chamando de retardatário, não parece um bom preço a pagar por uma inspiraçãozinha da madruga.