Quando a fé passa dos limites, os descrentes tem razão

Resolvi escrever esse texto depois de ter uma conversa inspiradora com duas colegas:

Os personagens:

Colega crente, 20 anos, meio que divorciada meio que amarrada, tem uma filha de um ano.

Colega católica: 27 anos, solteira, sem filhos e longe de sua terra natal.

Roman: idade ignorada, estado civil: não importa, cara que gosta de anagramas, eu.

A cena começa na volta para casa, como somos trabalhadores ferrados de classe média, vamos andando:

Roman: Ano que vem nesta mesma época, se tudo der certo, estarei dirigindo o meu próprio carro, “Se Roman quiser”.

Colega católica: Você quis dizer “se deus quiser”.

Roman: Não eu quis dizer “Se Roman quiser” mesmo, é para passar idéia de que se nós quisermos alguma coisa e nos esforçarmos mesmo, conseguiremos as coisas sem ajuda de ninguém, só a nossa.

Colega crente: Tu ta doido? Como pode dizer uma coisa dessas? Quer ir pro inferno?

Roman: Não, eu só tava querendo dizer que nós temos a capacidade de viver por nossas próprias...

Colega católica: Esse Roman é maluco mesmo, todo cheio dessas idéias idiotas, nem liga pra ele.

Roman: Vocês não entenderam a intenção da frase...

Colega crente: COMO PODE DIZER ALGUMA COISA TÃO RUIM COMO ESSA? Não sabe que tem um deus por aí sempre do teu lado?

Roman: Sim eu sei que temos Deus ao nosso lado, mas não precisamos apelar a ele para tudo! Se Deus nos deus a vida, a capacidade de raciocinar, não devemos fazer uso dela? Pra que colocar tudo na mão dele, quando que com nosso próprio esforço e trabalho, podemos alcançar o que desejarmos?

Colega católica: Tu não acredita que deus pode tudo? Tu é ateu por acaso? Ai não vou nem continuar a falar disso que não presta.

Roman: Não eu não sou ateu, só acho que...

Colega crente: AI MEU DEUS É MELHOR NÃO FALAR MAIS DISSO SENÃO DEUS CASTIGA! CALA A BOCA ROMAN.

Roman: Acho que não estão me ouvindo direito, só precisam pensar um pouquinho sobre o que...

Colega crente: LÁLÁLÁLÁAAAAAAAA.

Roman: Aff

FIM (da minha paciência, essa tira que encontrei aqui mostra mais ou menos como foi)

Sempre que tento dialogar com algum cristão de qualquer espécie, termina em fracasso, seja ele me acusando de ateu, adorador de satã, maluco. Ás vezes tenho a impressão que estou falando com as paredes.

Eu não sei que espécie de corporação implantou chips nos cérebros de alguns cristãos, que diz algo como as leis de Asimov:

1ª lei: Deus criou o mundo e universo e aceite isso como verdade absoluta e inquestionável.

2ª lei: Todo ser humano tem direito ao livre arbítrio, isso será revogado caso entre em conflito com a 1ª lei.

3ª lei: Todo cristão tem que respeitar as doutrinas, religiões e filosofias de outros humanos, isso será revogado caso o humano em questão entre em conflito com a 1ª e a 2ª lei.



Como já disse, isso se aplica a apenas a alguns, mas mesmo dentre os que não são tão alienados, se irritam quando ao menos um dogma deles é apenas questionado.

O problema realmente surge quando, o nível de alienação religiosa chega a um ponto aonde uma discussão racional se torna impossível com evangélico/católico. De todas as conversas que tive, eles sempre estavam 100% certos e fingiam não escutar as discrepâncias de suas doutrinas, falam alto para que não se escute os argumentos contrários e para parecer estar com a razão.

Alguns como já disse acima, chamam o individuo questionador de ateu, mas acho que se precisa de uma força tão grande para não acreditar em deus, quanto uma força pra acreditar nele, não tem como saber quem está certo nisso. Sou adepto do agnosticismo, e como tal, não acredito nesta forma de todo- poderoso, fabricada a nos incutir a segui-lo através do medo.

Se Deus está mesmo entre nós, acredito que gosta muito mais dos não-crentes que seus alienados seguidores, pois não esperam que tudo caia do céu e procuram resolver seus próprios problemas.

P. S.: Erros de concordância e gramaticais mantidos para salientar a veracidade dos relatos.